Eu
gosto especialmente de livros e filmes que humanizam a figura de uma
personalidade histórica, de alguém que, em decorrência de suas ações,
transformou a realidade de outras pessoas e tornou-se conhecido no mundo todo.
Essa percepção de alguns escritores e cineastas permite que nós nos aproximemos
desses cidadãos ilustres, passando a entender ainda mais sobre seu
comportamento e motivações.
A
sugestão de leitura do post de hoje é A Vida
de Joana D’Arc, do escritor gaúcho Érico Veríssimo. Li o livro há alguns
anos sobre a heroína francesa para fazer um trabalho da escola e imediatamente
a narrativa chamou a minha atenção. É um livro que aguça sua curiosidade pelos
detalhes a respeito das vivências da personagem que se destacou durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), quando seu
país enfrentou a Inglaterra, e pela forma com que
a história é conduzida, já que não se fixa o tempo todo em Joana, dando espaço
a outras personagens, como o pai da menina.
Joana aparece em tela de Jean-Auguste Ingres, quadro exposto no Museu do Louvre, em Paris |
O processo de transformação da garota, uma simples camponesa, em guerreira também é um aspecto explorado na trama, assim como a dificuldade da moça em ser ouvida na Corte ou pelo Exército. Imagine a situação: uma adolescente, de origem humilde, sem quase nunca ter saído de casa nem guerreado, propondo ir para a Guerra e querendo ser levada a sério pelos adultos.
Outra
questão evidenciada pelo autor são os episódios em que a mocinha ouve as vozes e
vê São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida e que tais visões a impulsionam
para o objetivo maior, que era salvar e libertar a dividida França do domínio
inglês. Ao longo da narrativa, a moça vai ganhando o apoio da população, dos
cavaleiros e de autoridades, ao mesmo tempo que aumenta o número de opositores.
Um
dos momentos críticos é quando a jovem é capturada e entregue aos ingleses,
após liderar um ataque a Paris. Na prisão, a fé da moça é testada e aflição da
jovem não cessa. Joana acaba sendo condenada à fogueira, considerada herege e
praticante de bruxaria.
O
livro de Érico, entretanto, não termina com esse triste desfecho. O escritor redige uma carta emocionada para Joana
explicando os fatos posteriores à sua morte, contando que o país conseguiu
derrotar os ingleses e que a Igreja reconheceu, enfim, a inocência da jovem,
beatificando Joana e tornando-a Santa. Apesar do pouco tempo de vida, a jovem
conseguiu eternizar seu nome e ajudou a levantar uma nação inteira, tentando
unificá-la em torno de um ideal. Espírito de guerreiro em corpo de menina.
No
Cinema
A
atriz Milla Jovovich viveu a personagem no
filme Joana D’arc. A produção tem
boas cenas, diálogos interessantes, mas achei que Mila já tinha certa idade
para interpretar a moça e não achei diferença entre a interpretação dela para
esse filme e outros papéis que já fez.
Mila |
Inspiração
Não
consigo ver a Kristen Stewart em Branca
de Neve e o Caçador usando armadura e não pensar que se trata de uma
referência à heroína francesa. Claro: a menina, aparentemente fraca, que ajuda
a travar a resistência perante o Exército inimigo, e que é transformada em
guerreira em pouco tempo. Esse traço vem para acrescentar à personalidade da
princesa uma característica que a aproxima das mulheres atuais, que não ficam
esperando o Príncipe Encantado e vão à luta para defender seu reino, ou adaptando
para os dias de hoje, o espaço no mercado de trabalho, na universidade e em
outros campos.
Kristen |
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