domingo, 2 de fevereiro de 2014

Homem, ser em constante mutação

Se você pudesse escolher entre morrer e viver eternamente, por qual desses desfechos optaria? Não sei qual seria a sua escolha, mas o certo é que muita gente ficaria com a segunda alternativa, sem sombra de dúvida. No entanto, a vida eterna é mesmo a melhor escolha para o homem?

Essa pergunta foi a questão central do último filme do mutante mais festejado do cinema, Wolverine. Essas indagações a respeito da vivência e da consequência da ação do tempo na trajetória das pessoas sempre foram exploradas nos filmes dos X-Men.
Agora, o truculento herói, interpretado por Hugh Jackman, embarcará em mais uma aventura, dessa vez ao lado do professor Charles Xavier e do vilão Magneto. Em X-Men: dias de um futuro esquecido, os três unem forças para evitar que os mutantes sejam exterminados por robôs gigantes, os Sentinelas. Para isso, Logan viaja no tempo através da mente para localizar as versões jovens dos dois líderes.


A produção estreará nos cinemas neste ano. Apesar das críticas realizadas por cinéfilos e fãs quanto ao grande espaço dado a Wolverine na telona (o defensor de garras está na franquia desde o início e ganhou duas produções centradas em suas histórias), Logan é um personagem que sintetiza alguns dilemas do homem, tais como a busca do equilíbrio entre a razão e o instinto. 
Wolverine, Magneto e Xavier em cena do novo filme
Fotos: site http://www.adorocinema.com/
Em Wolverine Imortal (2013), Logan volta a viver isolado, deixando a Escola do professor Xavier após a morte de Jean Grey, uma das mutantes mais importantes da série e pela qual era apaixonado.

Assim, ele vive amargurado e tendo pesadelos frequentes com a moça, até que conhece uma jovem guerreira (atenção, meninas, às roupas da guria, muito estilosas) que o leva para visitar um antigo amigo, um empresário oriental já à beira da morte.

O homem propõe a Logan um negócio: a imortalidade do mutante em troca de uma vida comum e sem poderes de regeneração, sendo possível, dessa maneira, o mutante morrer. Apesar de hesitar, o herói não aceita e logo é envolvido em uma perseguição no qual o objetivo final é proteger a herdeira do milionário, uma resignada moça.

O interessante nessa produção é que trouxe um personagem mais humano, mais possível, que se machuca, sente dor e se vê falível. Geralmente, o mutante era visto como “durão” e arrogante, já que deixava claro que não dependia de ninguém. Em Imortal, o herói precisa de outras pessoas para se reerguer e, no fim, só não morre porque contou novamente com a ajuda de terceiros.
Apesar do jeito arredio, era essa uma das características mais fortes do mutante, ajudar o mais fraco, quem precisa. Ao mesmo tempo, essa ação ficava mais difícil à medida que o próprio herói representava um perigo aos demais, seja pela força ou ira. Ao longo dos filmes, ele passou a evoluir mais, ao passo que conhecia sobre o passado e usava a sua força para propósitos mais nobres do que brigas de bar ou badernas.

Desse modo, quando se afastou de todos, após a perda da amada no terceiro e último filme da trilogia X-Men, O Confronto Final (2006), Wolverine regride em seu desenvolvimento e volta a viver quase como um animal, figura que tanto o associavam. No momento em que recupera um propósito de vida, ele sai das trevas da ignorância e torna-se menos irracional, mas humano.
Wolverine em Imortal
Foto: omelete.uol.com.br
O controle das próprias ações ficava cada vez mais complexo quando um fator exercia uma grande força sobre o mutante – no caso dessa trama, as lembranças envolvendo a morte de Jean e a culpa que ele carregava. Dessa forma, sem ter poder sobre os sentimentos, o corpo ficava à mercê das emoções e o descontrole tomava conta. 

Libertando-se do remorso, e recuperando o fator da cura que estava sendo suprimido do corpo, Logan começa novamente a adquirir o autocontrole tão essencial na vida de uma pessoa, seja você um super-herói ou não.





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