O
erro ou falha é algo comum na vida, só que dependendo da ação envolvida, pode
resultar em graves consequências. No campo profissional, nem se fala. Imagine um
médico errando e comprometendo a saúde do paciente? Ou um juiz que dá uma
sentença errada e prejudica ou favorece erroneamente?
Só
que há uma diferença entre o erro decorrente da falta de atenção, domínio do
assunto ou envolvendo causas externas (tempo, clima, trânsito) e má fé. A
atitude que pode levar a um erro pode demonstrar que há muito mais por trás do
que se imagina.
No
jornalismo, não é diferente, até porque todos os dias os jornalistas precisam
deixar as pessoas informadas sobre o que acontece no mundo, driblando a falta
de tempo e outras dificuldades que aparecem pelo caminho. Antecipar fatos antes
da concorrência e trazer sempre notícias novas e interessantes são alguns dos
desafios enfrentados. Só que no meio do caminho, há, às vezes, “derrapadas”:
uma frase mal colocada aqui, um erro de digitação ali e você vê que esses
profissionais são apenas humanos e não há nada de glamour nesse jornalismo do
dia a dia.
O
problema é quando na pressão por novos “furos” ou por “ego inflado”, o
jornalista faz o que não poderia: transforma o imaginário em real. É o que
vemos em “O Preço de uma Verdade”, filme baseado na história real de um
jornalista que inventou situações relatadas como verídicas em artigos para a Revista New Republic. Dos 41 textos de
autoria do rapaz, 27 apresentavam essas histórias
fantásticas e inventadas.
Na
redação, o prestígio de Stephen Glass crescia,
pois todos queriam ouvir como o rapaz conseguia aquelas histórias. O ator Hayden Christensen (o Anakin
Skywalker/Darth Vader de Star Wars Episódios II e III) apresenta um personagem
“cheio de si”, mas extremamente inseguro e sedento por “aplausos”.
Enquanto
isso, os outros colegas que realmente trabalhavam, sentiam-se ofuscados e
chateados. Só que o incrível é que ninguém questionava muito como o jovem
conseguia os “furos” e o garoto aproveitava também o fato de que o chefe
simpatizava com ele. Em uma cena e outra, você consegue perceber que o
jornalista titubeia ao comentar fatos do dia a dia, mas ele segue enganando a
todos até a chegada do novo editor, Charles Chuck Lane (Peter
Sarsgaard, de A Órfã).
Temendo
que fosse descoberto, o jovem logo trata de convencer os colegas que o
recém-chegado poderia não ser tão bom quando o outro e tenta criar certo atrito
entre e a redação e o outro jornalista.
Até
que um dia, Stephen tropeça nos próprios cadarços. Recebendo as reclamações do
chefe por não ter informações sobre uma suposta notícia, o jornalista da Forbes Digital e sua colega começam a investigar
sobre a pauta comentada em um dos artigos de Stephen, “O Paraíso dos Hackers”.
O rapaz acaba sendo colocado contra a parede pelo chefe. Descobertas suas
mentiras, Stephen é demitido.
Conforme
mostra o filme, o jornalista desmascarado largou as redações para fazer o que
mais sabia: contar histórias, não essas buscadas nas ruas, no cotidiano de
trabalho, mas as inventadas ao sabor da ficção.
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