sexta-feira, 10 de abril de 2015

Passos Errantes: resenha Os Garotos da Minha Vida

Fotos: divulgação
Sabe a música Natasha do Capital Inicial? Tem uma parte da canção que resume bem a jornada da protagonista do filme sobre o qual vou comentar nesse post: “um passo sem pensar, um outro dia, um outro lugar; o mundo vai acabar e ela só quer dançar (...)”.

Apenas um passo errado tem o poder de comprometer toda a caminhada, principalmente quando as pessoas estão em uma das fases mais importantes e também decisivas da vida: a adolescência. Em Os Garotos da Minha Vida, Drew Barrymore é Beverly Donofrio, uma jovem inteligente, destaque do colégio e que teria um promissor futuro pela frente, mas que coloca tudo a perder quando engravida de um jovem, Ray (Steve Zahn),  com que passou a noite depois de uma festa.  A produção é baseada no livro homônimo escrita pela verdadeira Beverly.

A menina mal conhecia o rapaz, mas influenciada pelas circunstâncias (o jovem havia defendido a garota quando outro menino a destratou no referido baile) e pelos hormônios adolescentes, a colegial acaba se envolvendo com o colega. Passado o choque inicial de saber que teria um bebê, a mocinha ainda teria de criar coragem para contar ao pai sobre o ocorrido, um homem conservador.

Além de ser mãe precoce, a jovem dá início a uma crescente sucessão de erros, chegando ao absurdo de comercializar maconha dentro de casa. O filho da protagonista, Jason (Logan Lerman/Adam Garcia) cresce sem tantos cuidados, em um ambiente complicado, já que o próprio pai era dependente químico e fica às voltas com a mãe desnaturada. Com o passar do tempo, a situação começa a se inverter, apresentando uma mãe mais apegada ao rapaz, que começa a trilhar um caminho que a genitora não foi capaz de seguir: tem planos de formar uma família e seguir uma carreira de seu interesse, mas de forma organizada e sem atropelos, ao contrário da mãe.

Embora tendo a certeza do que queria para o futuro, o rapaz tinha alguns assuntos pendentes e um deles era conhecer o pai, uma figura ausente e tão importante na vida de uma pessoa. Só que quando o jovem conhece o genitor há uma decepção e uma frustração extremamente grandes, como se fosse melhor o garoto nunca ter procurado aquele homem tão estranho para ele, assim como é a sua relação com a própria mãe, da qual sente um misto de pena e ressentimento. Apesar de todos os tropeços, o filho, que a jovem apontava como a causa dos problemas que vivenciou, talvez tenha sido uma das poucas coisas boas que aconteceu em sua vida.

Claro, as pessoas erram e acertam o tempo todo, é algo natural, mas não se deve desperdiçar a existência, as oportunidades, com ações vazias e momentos sem significado algum. A estrada é longa e o tempo é muito curto.


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