sexta-feira, 22 de maio de 2015

A vida nem sempre imita a arte...ainda bem!

Na última semana, a história do eletricista Mário Ferreira Lima, de 47 anos, ficou conhecida em todo o Brasil, que se emocionou com a difícil situação do trabalhador, que ainda precisa sustentar o filho, e o gesto de policiais que se comoveram e ajudaram o senhor.

Desempregado, Lima estava há dois dias sem comer e todo o alimento que ainda tinha o pai de família repassava ao filho. Em um ato desesperado, o eletricista roubou dois quilos de carne de um estabelecimento e foi levado à 20ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal. No local, a aflição do homem aumentava porque precisava levar comida para o menino e se encontrava detido.
Hugh Jackman como Jean. Foto: divulgação.

Algo que poderia terminar mal ganhou um novo rumo quando agentes da Policia Civil pagaram a fiança e ainda doaram ao homem alimentos e produtos de higiene. Os policiais afirmaram ainda em entrevistas que o gesto não foi realizado para premiar o que Lima fez, mas havia sido motivado pela percepção do sofrimento daquele homem.
Lima e policiais. Foto: Veja.
Depois que li a matéria sobre o caso, pensei quase que instantaneamente no personagem Jean Valjean, protagonista do livro Os Miseráveis, de Victor Hugo. A trama que inspirou alguns filmes (um com o ator Liam Neeson, de A Lista de Schindler, em 1998, como personagem central, que eu assisti e recomendo, e outro com Hugh “Wolverine” Jackman, de 2012, cantando e tudo, mas este eu ainda não olhei e tenho certo receio por se tratar de um musical) traz a história de um homem que sem dinheiro e tendo uma grande família para ajudar, rouba um pão e é preso. Além de deixar a irmã e sobrinhos desamparados, na cadeia é que aprende a realmente ser um bandido.
Neeson e Rush são alguns dos atores principais da versão de 1998. 
Foto: divulgação
Quando consegue sair, Jean comete mais um delito contra um religioso que só queria ajudá-lo e, mais adiante, é que consegue mudar e se tornar um homem de bem. O problema é que sempre em seu encalço estava o inspetor de polícia Javert (vivido pelo ótimo Geoffrey Rush, o capitão Barbossa de Piratas do Caribe na primeira versão que citei, e por Russell Crowe, de Gladiador, na segunda), que não era tão sábio como os policiais do caso citado, e era determinado a achar o fugitivo que considerava um marginal perigoso. Não vou contar todo o livro, mas apesar de todos os impasses pelos quais Jean passa, no fim, consegue a liberdade, que quase lhe custou a vida toda.

O Jean brasileiro, cuja história ficou famosa há alguns dias, teve mais sorte. É prova que, muitas vezes, as melhores histórias são feitas com personagens de carne e osso todos os dias.

Se você quiser conhecer mais sobre a história do personagem da ficção de uma forma diferenciada, há também o formato de HQ. Um bom fim de semana aos leitores. 

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