quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A Herança do Pop: o simbolismo em Princess Of China

A expressão da cultura é uma dos assuntos que mais desperta meu interesse. Desde pequena, o teatro, que é a primeira e mais importante escola dos grandes atores, chamou minha atenção de tal maneira que quase decidi ser atriz, mas aí surgiu o jornalismo.

Embora, no dia a dia, eu acabe me dedicando a pautas mais instantâneas – o congestionamento quilométrico das rodovias; a chuva que não dá trégua nas cidades ou algum aspecto da política – eu sempre tento incorporar traços da cultura na pauta nossa de cada dia.
Rihanna, no clipe de Princess of China
Resolvi elaborar nesse texto um paralelo entre uma música atual e outra do passado, e de como é possível encontrar semelhanças mesmo com tantas décadas separando o que os seus pais ouviam e as músicas que hoje animam os jovens.

O Pop volta e meia busca no passado as tendências para a música no presente. Temáticas, instrumentos e batidas que fizeram sucesso em outra época reaparecem para ditar o que vai fazer a cabeça das pessoas nas rádios do país e do restante do mundo. 
Rihanna, a polêmica cantora abusa de referências diversas. A discoteca, o relacionamento conturbado de um casal, a depressão, o sadomasoquismo e o terror são temas que já foram explorados nas músicas da moça. Em “Princess Of China”, Rihanna divide o microfone com os rapazes da banda Coldplay e interpreta uma exótica gueixa, como ela se descreveu depois de gravar o clipe da canção. O hit faz parte do CD do grupo lançado e 2011, e o clipe foi divulgado em 2012.

Entretanto, esse universo oriental já havia sido visitado por outros cantores, como a banda alemã sucesso dos anos 80, Alphaville. Os rapazes liderados por Marian Gold tiveram êxito naquela época com várias canções, entre elas Big In Japan.
Banda Alphaville
Nas duas canções, a paixão e a coragem estão no centro das ações e, claro, há uma mulher. A figura feminina tanto em Big in Japan quanto em Princess Of China é relutante quanto à investidas do narrador da história/cantor, e equilibra à sensualidade ao ar determinado da personagem.

Como um bom clipe dos anos 80, há muitas cores berrantes, luzes e movimento de câmeras estilizados. Se em uma cena, Rihanna é uma guerreira que trava uma batalha contra o amado, em outra ela é uma beldade acostumada pelo luxo, como uma princesa. Já a moça ocidental de Big In Japan é vista em alguns takes como uma gueixa mais frágil e acessível, conforme as imagens vão formando e reconstruindo a bela.
Além da mulher, elementos orientais como o quimono e espadas estão presentes nos clipes. Nos momentos dramáticos das músicas, vemos raios surgindo e a criação de um embate. O confronto em Big é interior e há uma interpretação teatral com menos ação, mais diferente de Princess, onde há lutas físicas. Contudo, o que modifica é o uso de certos objetos nas canções.

Na música de Alphaville, a importância da posição social e o usufruto das oportunidades que surgem a partir desse estado é uma dos temas principais do clipe. Assim, tudo aquilo que existe no mundo é acessível para quem tem poder, sendo possível comprar até o amor.

Na parceria entre Rihanna e Coldplay, as diferenças entre clãs diferentes são postas de lado em nome da paixão dos protagonistas. Esse é um pequeno resumo do que percebi entre as produções, mas há outras das quais poderíamos falar. Uma boa semana!

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